sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Caceada

Quando chegar enfim o dia
Em que o desejo não querido dos meus amigos tristes se me apresentar
Sentirei saudades de Rosa
E das histórias que me contava.
Sentirei saudades de Dora
Dos peitos que ela me dava
E dos filhos que planejamos.
Pensarei com pena em minha mãe.

Sentirei o cheiro bom de alguma antiga namorada
E lembrarei de todo meu inconsciente
como quem encontra um amigo abandonado.
Contra minha vontade, que um dia tive,
Me vestirão terno e paletó.
Que eu não quis vestir no casamento.

Parecerei outro, que já não sou
E que quiseram haver sido.
Lembrarão com orgulho de minha pobreza de espírito
E uma certa melancolia.

Alguém (aplausos!) rirá.

Um comentário:

Unknown disse...

pois que, enfim, os peitos continuam na boca dos filhos que planejamos.