sábado, 21 de junho de 2008

Um machadiano x Machado de Assis

(Um machadiano em minha vida)

Esse simplório texto que seguirá a você (exclusivamente a você) é mais uma prova de quão grande é o que sinto por ti. Ele também servirá pra esclarecer a você, de acordo à minha visão, como é ter um machadiano em minha vida e a diferença entre um machadiano (o meu machadiano) e o próprio Machado. Que consiga te surpreender muito.
Na tua vida há uma data extremamente importante, dia 21 de julho de 2006, e a partir desse dia, todos os dias 21 foram e serão celebrados, inclusive 21 de junho, que, por coincidência, ou não, foi o dia que teu escritor preferido nasceu (21 de junho de 1839). (Talvez) Por isso, há em você tamanha afinidade por ele. Se estivesse vivo, e se fosse possível, estaria completando hoje 169 anos (faríamos uma festinha privada, eu, você e Ele). Bem verdade, Ele não se alegraria muito em viver 169 anos. Mas esse ano que completamos dois anos juntos, se completam 100 anos de sua morte; acho que Ele se alegrará bem mais completando 100 anos de morte do que quando completou os 18 anos.
Assim como Machado, não tiveste acesso a bons colégios, e, como ele, se tornou um dos maiores intelectuais do país; só que ninguém soube, ainda. Porém, ao contrário do Grande, você não tem tanta simpatia pelo José de Alencar, o que, por sinal, foi uma postura muito bem tomada.
Não tiveste e nunca terás, se depender de mim, como o jovem Brás Cubas, uma Marcela. Sempre te mantiveste quieto e esperançoso em relação aos amores e prazeres do amor. Terás (e tens) uma Carolina Augusta Xavier de Novais, mulher culta com a qual terás um casamento feliz que durará 35 anos (ou mais, dependendo da vontade nossa), e com a morte da tua Carolina, escreverá a ela um poema que a celebrizará, como a Carolina do Grande(quatro anos mais velha). A diferença entre a tua Carolina e a que a o inspirou é que ela te dará filhos; e tu não serás como o Grande, em Memórias Póstumas de Brás Cubas, que ficou feliz em morrer sem ter tido filhos, muito menos abrirás a boca pra dizer que há um saldo positivo em tua morte: não passarás o legado das misérias da vida a outras vidas.
Mesmo com muito romance em vida, tens um poderoso, porém sutil, humor negro. Levar assuntos politicamente corretos, a existência, o começo e o fim de tudo, a vida, o universo e tudo mais a sério é pedir demais a você e é sempre muito bom rir da desgraça alheia, especialmente se acompanhada de teus comentários exagerados de ironia e sarcasmo que agradam somente àqueles que têm o transcendental dom do (bom) humor, mesmo que negro. E nada mais adequado a Machado que o bom e velho humor negro, se é que me entende. E, pra complementar, uma curiosidade: ambos têm paixão pelo xadrez; é muito desestimulador ouvir você dizer: xeque-mate.
Quanto ao lado pessimista que Machado teve, fica por minha parte, afinal, você não ia conseguir ser tudo isso sozinho. Apesar da tua célebre frase “Alguém sempre tem que se foder mais do que a gente”, cabe a mim ter o poder de colocar e mostrar em tudo o lado ruim e que, quanto maior a sua esperança, maior a sua decepção. Nada melhor do que não esperar, ou esperar o ruim, ou fingir não esperar e ter a boa surpresa. O gosto de esperar e se iludir é amargo. É a vida.
Machado morre quatro anos depois da sua amada esposa, que era quatro anos mais velha. Justíssimo.

Alguns críticos disseram que o Grande era: “urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e cínico, ignorou questões sociais como a independência do Brasil e a abolição da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas histórias sempre no Rio, como se não houvesse outro lugar. A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observação psicológica. Sua obra divide-se em duas fases, uma romântica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfundível estilo desiludido, sarcástico e amargo. O domínio da linguagem é sutil e o estilo é preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, além da desconfiança na razão (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contemporâneos."
Faço das deles as minhas palavras, a você (exclusivamente a você).



Feliz aniversário, meu amor, feliz 23 meses!
Eu amo você, forever and a day... ♥



µ For now and Forever µ

2 comentários:

melk e calina disse...

Foi o presente mais lindo e lacrimoso que já ganhei, minha carolina!


eu te amo!

Rafaela disse...

uau!