Queria que em cada gaveta
Desse meu quarto mirrado
Houvesse um pequeno planeta
E, quando talvez perguntado,
Eu então responderia:
“Adivinha quem aí mora?
É a pequena Izadora”.
E o meu visitante riria.
E quando passasse por ele,
Nesse meu quarto enrugado,
Tal homem sem classe nem pele
Melancólico e atrapalhado
Nesse meu jeito risível
Seu lábio se moveria
Ela de mim se riria
Com meu unicórnio invisível.
E eu estaria feliz
Se em algum cantinho ela houvesse:
No chão ou no teto de giz.
E nunca mais acontecesse
Dessa tristeza de velho
Quando talvez vai embora
Minha pequena Izadora
E eu logo me destrambelho.
No meu astrozinho miúdo
Petit Princesse viveria mais,
Sem espada ou mesmo escudo,
Que qualquer um dos mortais
E seria perene Izadora
Leve e sutil como amora
No meu pequeno planeta:
Asa de borboleta.
domingo, 30 de março de 2008
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